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sexta-feira, 2 de setembro de 2011

As Concepções das Crianças a Respeito do Sistema de Escrita

FERREIRO, Emília. Reflexões sobre a alfabetização. São Paulo : Cortez, 1990.

Os indicadores mais claros das explorações que as crianças realizam para compreender a natureza da escrita são suas produções espon­tâneas, entendendo como tal as que não são o resultado de uma cópia (imediata ou posterior).
Quando uma criança escreve tal como acredita que poderia ou deveria escrever certo conjunto de palavras está nos oferecendo um valiosíssimo documento que necessita ser interpretado para poder ser avaliado. Essas escritas infantis tem sido consideradas displicentemente  como garatujas ”puro jogo” o resultado de fazer “como se” soubesse escrever Aprender a lê-­las - isto é, a interpreta-las — e um longo aprendizado que requer uma atitude teórica de­finida. 
Se pensarmos que a criança aprende só quando é submetida a um ensino sistemático, e que a sua ignorância esta garantida ate que receba tal tipo de ensino, nada poderemos en­xergar. Mas se pensarmos que as crianças são seres que ignoram que devem pedir permissão para começar a aprender, talvez comecemos a aceitar que podem saber, embora não tenha sido dada a elas a autorização institucional para tan­to. Saber algo a respeito de certo objeto não quer dizer, necessariamente, saber algo socialmente aceito como “conhecimento” “Saber” quer dizer ter construído alguma concepção que explica certo conjunto de fenómenos ou de objetos da realidade.

Questões a considerar
 
O planejamento de situações de leitura para alunos que estão se
alfabetizando deve considerar as seguintes questões:

1. É possível ler, quando ainda não se sabe ler convencionalmente.
2. Ler (diferentes textos ) é um bom problema a ser resolvido.
3. Quando o aluno ainda não sabe decodificar completamente o texto
impresso e precisa descobrir o que está escrito, sua tendência é buscar
adivinhar o que não consegue decifrar, recorrendo ao contexto no qual
os escritos estão inseridos, bem como às letras iniciais, finais ou
intermediárias das palavras.
4. Os alunos devem ser tratados como leitores plenos: é preciso evitar
colocá-los em posição de decifradores, ou de “sonorizadores” de textos.
6. Deve-se dar oportunidade às crianças de interagir com uma grande
variedade de textos impressos, de escritos sociais.
9. É importante não trabalhar com as palavras isoladamente, mas
como meio para que o aluno, com sua atenção focalizada em uma
unidade pequena do texto, possa refletir sobre as características da
escrita.

Disponível em 
Portal MEC

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